sábado, 19 de setembro de 2009

Escapismo

Devaneios meus, realidade teima em romper
Jamais, meu caro mundo de ilusões deixar-te-ei
Mesmo que o queira, felicidade por certa aqui
Somente terei.
A sua crueldade, não, realidade
Far-me-á sucumbir, segura
Refugiar-me-ei no interior do meu
Castelo de areia.
Ainda que dolorosa minha solidão
Intangivel,mater-me-ei neste local
Não mais, vós que me ferirdes, alcançar-me-ais.


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Certa vez questionaram-me o porque de meus textos sempre terem um tom tão forte de melancolia.
Contei histórias do passado.
E também do presente.
Então puderam notar que não se pode escrever passagens alegres quando o que se entende por felicidade existe somente como conceito utópico na mente do autor. No fundo, as palavras refletem aquilo que se passa na alma do eu lírico, mesmo quando ele mente, o que representa 95% dos casos.
Eu gostaria de saber se o futuro me permitira compor uma bela paisagem arcadiana repleta de cores quentes de um bosque, rodeado por criaturas amigas e ao som de alegres melodias.
Mas algo muda. Já não sou de todo a dama de negro que costumava ser. Mesmo que esteja coberta por nuances noir et bleu, uma orquidea cor de rosa enfeita hoje meus cabelos.
Talvez tenha cura.