sábado, 14 de novembro de 2009

OPIUM

Feito punhal mirar-te dilacera-mo peito
Tal dor persegue-me como a sombra
Permaneço-te fixando as pupilas,
observando-te por qual motivo?
Sois meu cruel ópio incessante
viciais-me a cada doce riso, travessura
Olhos vossos cárcere mantém-me
em cegos laços esmeralda translúcidos.
Vossa face contudo não hesita ao afastar-me.
Minh'alma indefesa despedaça-se
nas vãs esperanças de devaneios por vós.
Consome-me o desespero a lembrança
jamais, que, estareis envolta em meu colo de fato.
Cruel dama ópio, nunca vos deveria experimentar.

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Nunca imaginei que mais uma vez Eros me acertasse tão cruelmente. Reclamei, em momentos anteriores, das travessuras deste maldito, mas não imaginei que ele tivesse afetado-me desta forma. As circunstâncias são outras, o tempo é outro, mas eu não mudei a ponto de abandonar meus fantasmas por completo. Ainda sou instável como um núcleo radioativo. A dor que me consome agora é tão forte quanto a do passado. Mesmo que a causa seja diferente, vejo-me fadada àquilo. Temo isto, não desejo me autodestruir daquele jeito. Mas, sempre que tento tirá-lo da mente, vens a mim com mais intensidade. Entendo teus motivos, mas meu coração deseja abraçar-te, ter-te tão perto quanto minhas roupas. Tua fuga fere-o absurdamente. Não sabes o quanto sinto tua falta quando não estás ao meu lado. És o centro do meu universo egoísta. As férias se aproximam, dói cruelmente imaginar que não te verei até março, abril. Perdoa-me as palavras, mas te amo muito. Sei que não lerás isto, pq este local é secreto de ti.




desabafei...